Foundever, antigo Sitel Group®, firma compromisso no 1º Encontro Anual do Fórum Empresas com Refugiados

Com 730 refugiados contratados atualmente, a Foundever firma compromisso com a Tent Partnership For Refugees e com a ACNUR em chegar a mil contratações até dezembro de 2024

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Published ·25/08/2022

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Para celebrar os 50 membros da iniciativa privada, e comemorar mais um ano de atividades, o Fórum Empresas com Refugiados promoveu seu 1º Encontro Anual, na última quarta-feira (24), em São Paulo (SP), no Hotel Quality Paulista.

O evento contou com palestras enriquecedoras de líderes empresariais e CEOs, bem como a presença de pessoas refugiadas no Brasil, para falar sobre as melhores práticas de inclusão.

O Fórum Empresas com Refugiados, uma iniciativa da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e do Pacto Global da ONU no Brasil, foi lançada em junho de 2021, e promove a troca de experiências entre as empresas; ações de capacitação para contratação; o compartilhamento de boas práticas de inclusão e o incentivo para a incidência de políticas que beneficiam refugiados na sociedade brasileira.

Membro ativo do Fórum, a Foundever, antigo Sitel Group®, que hoje conta com 730 colaboradores refugiados, marcou presença no 1º Encontro Anual, e foi representado por Welington Alves, Country Manager da Foundever no Brasil, que anunciou durante o evento o compromisso com a Tent Partnership for Refugees e com a ACNUR de chegar a mil contratações de pessoas refugiadas até dezembro de 2024.

“Gostaria de compartilhar com todos vocês que não será algo fácil, pois dependemos principalmente do nosso time comercial para trazer pessoas refugiadas que possam prestar atendimento em outros idiomas, mas estamos firmando um compromisso aqui. Hoje temos 730 pessoas refugiadas na empresa, e vamos chegar a mil até dezembro de 2024. Esse é o compromisso que a Foundever tem com a sociedade e com o mundo”, declara o Country Manager da corporação.

A contratação de pessoas em situação de refúgio é um compromisso social da organização, que iniciou esta trajetória em julho de 2021, quando firmou uma parceria com a Tent Partnership For Refugees, e consolidou o Programa de Contratação e Acolhida de Refugiados. Em outubro do mesmo ano, a Foundever ingressou na ACNUR, e em janeiro de 2022 foi promovido como empresa mobilizadora na contratação de pessoas refugiadas.

Nesta trajetória, diversas ações baseadas no pilar social da empresa foram realizadas, como a Feira de Empregabilidade de Refugiados, que aconteceu em junho deste ano, em Curitiba, e a parceria firmada com o Centro de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas do Paraná (CEIM), para alavancar a inclusão e acolhida desta população.

“Nosso processo de conexão aconteceu através da Tent Partnership for Refugees. Em outubro do ano passado fomos notados pela ONU, e iniciamos uma jornada como uma empresa participante da ACNUR. Conforme a ACNUR foi conhecendo nosso trabalho e nossos programas voltados para a inclusão de refugiados, nos solidificamos, em janeiro, como uma empresa mobilizadora. Portanto, passamos a ser uma empresa que não apenas executa ações de inclusão, mas que também promove e dissemina boas práticas para outras empresas”, diz Adriana Wells, Gerente de RH da Foundever Brasil, responsável pela contratação de pessoas refugiadas, e que também esteve no evento representando a corporação.

O papel da alta liderança na contratação de pessoas refugiadas

O Fórum Empresas com Refugiados evidencia o papel do setor privado em salvar vidas. As empresas participantes podem apoiar a causa contratando pessoas, oferecendo oportunidades de desenvolvimento de carreira, fornecendo incentivos educacionais, apoiando a adaptação socioeconômica e cultural dos refugiados, e sensibilizando parceiros e demais stakeholders do mercado. Neste contexto, a alta liderança empresarial possui um papel fundamental no processo.

“O papel da liderança é segurar a bandeira e não soltar. É entender o papel social que uma companhia tem hoje no mercado e que as pessoas refugiadas precisam de trabalho para ter dignidade. É primordialmente entender como temos essa possibilidade de oferecer trabalho e que, hoje, as empresas precisam se basear em um triple para serem bem-sucedidas. Este triple precisa contemplar o colaborador, a empresa e o cliente, e contratando pessoas refugiadas conseguimos fazer com que esse triple funcione muito bem”, destaca Welington Alves.

E, ainda, a importância de as lideranças apoiarem a causa consiste na necessidade de criar estruturas e mecanismos para lidar com a atual crise de migração e refúgio, que se intensificou com a pandemia da Covid-19, a qual atingiu a população vulnerável de forma desproporcional. Este fato, em específico, junto à demanda por inclusão social, evidencia a necessidade de mobilização do setor privado para a contratação de pessoas em situação de refúgio.

“Se não contarmos com uma liderança que realmente dissemine a diversidade e a inclusão, e que promova e patrocine isso, não conseguimos dar sequência ao processo. A iniciativa precisa ser tomada de dentro para fora, então, se a liderança se compromete, nós conseguimos colocar em prática”, ressalta a Gerente de RH.

Benefícios da inclusão de refugiados nas empresas

A contratação de refugiados não apenas beneficia a comunidade, como também traz muitas vantagens para as empresas. Dentre os principais benefícios, podemos citar que pessoas refugiadas possuem diferentes perspectivas de vida, e agregam inovação e diversidade às equipes, o que resulta em maior produtividade. Além disso, podem contribuir com a fluência em outros idiomas. 

Outro ponto importante é a baixa taxa de rotatividade, que acarreta em maior fidelidade à empresa. Segundo uma pesquisa da Tent Partnership for Refugees, cerca de 75% das empresas indicaram baixo turnover de seus colaboradores refugiados quando comparados aos colaboradores nacionais. Estes dados somados ao fato de que a diversidade no ambiente de trabalho engaja e motiva o time, consolidam uma ampla gama de benefícios para as corporações. 

“Hoje, 65% das nossas pessoas têm até 35 anos. É um público jovem que busca propósito em tudo o que faz. Quando os colaboradores reconhecem valores nobres na empresa, como a contratação de refugiados, e a promoção da diversidade e inclusão, eles passam a sentir orgulho em trabalhar na corporação. Para a empresa, isso é muito gratificante, pois fortalece o vínculo entre as pessoas”, destaca Welington Alves. E, como motivação para o mercado, ressalta: “Para as empresas que ainda não estão buscando isso, essa é uma oportunidade muito grande. Caso faça sentido para seu negócio, caso se encaixe no formato de trabalho, busque uma oportunidade para essas pessoas, pois elas são super engajadas e são aptas a serem treinadas. Só estão esperando uma oportunidade”.

E, enquanto corporação mobilizadora, o papel da Foundever, diante de mais um compromisso firmado com a ACNUR, é incentivar a contratação e acolhida de refugiados por parte de outras empresas. 

“Temos cada vez mais refugiados no país, então há uma mão de obra qualificada que não está sendo aproveitada, muitas vezes pelo fato de as empresas não saberem como contratar. Então, é preciso entender o caminho das pedras, se aprofundar, se apropriar dessas regras da legislação brasileira, porque há muito a ser feito”, finaliza Adriana Wells.