Programa Mulheres: Roda de Conversa Corpo e Sexualidade

Em um mundo em que as mulheres fazem a diferença, é preciso quebrar padrões relacionados ao corpo e à sexualidade.

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Published ·02/03/2022

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Estamos oficialmente no mês das mulheres. Atualmente, a Foundever, antigo Sitel Group, conta com 2.187 mulheres atuando nas operações ou em cargos de liderança, um número bem equilibrado de nossa população. Embora estes dados tragam a certeza de um ambiente de trabalho que promove a igualdade entre gêneros e abre portas para a mulher enquanto profissional, sabemos que o contexto social em que as mulheres estão inseridas é repleto de padrões e estereótipos que envolvem os diferentes tipos de corpos e a sexualidade. 

Por isso, no último dia 18, a Foundever Brasil, antigo Sitel Group Brasil, realizou o Programa Mulheres: Roda de Conversa Corpo e Sexualidade, um evento on-line para as colaboradoras da corporação, que contou com a participação da Psicóloga e Sexóloga Cintia Milanese. 

A roda de conversa teve como intuito promover uma discussão horizontal e a reflexão sobre os padrões que envolvem questões corporais e físicas, e a compreensão sobre os diversos temas que a sexualidade abrange. 

Em um primeiro momento, Cintia iniciou sua apresentação convidando as colaboradoras a analisarem quais aspectos gostam ou desgostam de seus corpos, e se aceitam de fato sua aparência. Muitas colaboradoras apontaram questões que desgostam em seus próprios corpos, o que representa um desafio diário para a maioria das mulheres, que constantemente são bombardeadas com estereótipos do corpo ideal. 

“O corpo normativo é aquele corpo que é considerado belo e saudável, aquele único estereótipo de beleza e saúde da mulher. Hoje, este tipo de corpo é representado por um corpo magro, geralmente branco, com aspecto curvilíneo, mas sempre magro”, diz Cintia Milanese. “Esse é o padrão que as pessoas buscam e pelo qual elas sofrem. É por conta desse padrão que as mulheres procuram cirurgias plásticas, cirurgias bariátricas, entre outros procedimentos. Além disso, há outras pessoas que gostam e se sentem confortáveis com o próprio corpo, mas não se sentem confortáveis com seu rosto, imagem ou cabelo, e por isso fazem cirurgias como harmonização facial, por exemplo.”

A discussão sobre o corpo normativo traz reflexões sobre a sexualização das mulheres, e sobre questões raciais e culturais que não se encaixam no padrão de beleza atual, um fator que muitas vezes impossibilita as mulheres de se autoaceitarem. “É preciso quebrar esses padrões que tomamos como certo e como a única forma de ser e de viver, partindo desse bombardeio de copos normativos que recebemos todos os dias”, complementa Cintia. “O que é considerado bonito tem sempre um padrão. O padrão não é negro, não é indígena, não é asiático amarelo e nem asiático marrom: é branco.”

Além do corpo, a sexualidade, não apenas da mulher, mas de forma geral, também é um assunto envolto em diversos estereótipos. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é “uma energia que nos motiva a procurar amor, contato, ternura e intimidade, que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, é ser sensual e ao mesmo tempo sexual; ela influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental”.

Segundo Cintia Milanese, este conceito é importante para iniciar a compreensão sobre todos os aspectos que a sexualidade abrange. “Sexualidade é um conjunto que engloba sexo, gênero, identidade de gênero, expressão de gênero, orientação afetiva e sexual, libido e desejo sexual, que são coisas parecidas mas não são iguais, e genitalidade.”

Além do entendimento destas diversas facetas da sexualidade, foram expostos os três propósitos do sexo: o sexo enquanto ato de reprodução, o sexo ligado ao prazer e o sexo como um aspecto social. “O sexo relacionado à genitalia, está ligado à reprodução, mas também temos o sexo do prazer e o social, que englobam o que conhecemos como sexualidade. As explicações sobre o desenvolvimento sexual humano precisam ser iniciadas com uma fundamentação biológica do processo de concepção, que se expande para questões relacionadas à construção social”, diz Cintia.

Quando o assunto abordado é o sexo como fator de prazer, a sexualidade da mulher apresenta diversos aspectos que ainda são alvo de tabu ou desinformação. Fluídos corporais, orgasmo e menstruação foram temas abordados na roda de conversa com o intuito de desconstruir ideias já formadas sobre o universo da sexualidade feminina. 

O Programa Mulheres: Roda de Conversa Corpo e Sexualidade, além de promover diálogo e reflexão sobre temas relacionados à saúde, ao bem-estar e à imagem feminina, também ocorreu com o objetivo de levantar a questão da autoimagem das mulheres, para que elas possam desenvolver a autoaceitação e o apoio umas às outras.

Em uma sociedade em que as mulheres fazem a diferença, conquistando seu espaço diariamente, lutando por seus objetivos e evoluindo no mercado de trabalho, desenvolver o amor próprio e quebrar padrões de beleza é fundamental.